No seu curto período de existência, a humanidade sempre procurou formas de se entreter, fosse em batalhas de gladiadores, peças de teatro ou nos variados tipos jogos que existiram em diversas épocas. E aqui neste artigo trataremos de como se deu o desenvolvimento dos consoles de videogames de acordo com a evolução da tecnologia.
Essas máquinas capazes de executar e exibir jogos, popularmente chamadas de consoles ou videogames, atraíram uma grande quantidade de adoradores, sejam eles jovens ou adultos, os videogames são um enorme sucesso. Tiveram sua primeira aparição oficial e comercializada em 1972, ano em que a empresa norte americana Magnavox lançou o Magnavox Odyssey. Os consoles são divididos em gerações, que geralmente são encerradas quando há alguma mudança ou inovação relevante na construção do hardware de um videogame.
Até o presente momento, já tivemos 8 gerações de consoles e a nona geração será lançada no final desse ano com a promessa de trazer muitos avanços e novidades. Portanto, agora serão abordadas as gerações de consoles de forma cronológica e como seus hardwares funcionam de uma forma geral.
Primeira Geração (1972-1984)
A primeira geração de consoles começou, como já foi citado, com o Magnavox Odyssey e ele foi um dos grandes destaques junto com o Pong. Esses primeiros consoles tinham apenas uma tela fixa e mantinham o mesmo cenário, eram todos monocromáticos (1-bit), os objetos que tinham mobilidade eram representados por figuras básicas como quadrados de pixel, linhas e pontos, sua lógica era operada através de transistores e o som era emitido por ondas quadradas, cujo o sinal abrigava um ou nenhum canal independente. Os principais consoles dessa geração foram: Pong, Coleco Telstar, Magnavox Odyssey e Color TV Game.
Pong (Atari) – 1975
No princípio, um dos fundadores da Atari (Nolan Bushnell, criador do Computer Space) visitou uma instalação da Magnavox e lá pôde testar uma demonstração de um jogo de tênis de mesa no Odyssey e a partir desse momento decidiu criar um videojogo em resposta ao tal jogo que ele havia jogado, pois ele o considerou de baixa qualidade, assim desenvolvendo o Pong em 1972 junto com seu parceiro Allan Alcorn. A primeira versão de Pong foi lançada em uma estrutura que consistia em um console preso a uma TV e seus controles dispostos logo abaixo da tela, essa máquina era chamada de arcade. Porém, a Atari só foi lançar um videogame doméstico em 1975, o Home Pong. Essa versão começou a ser criada pelo engenheiro Harold Lee com o codinome Darlene (que era uma funcionária da empresa) em 1974. A ideia era fazer um videogame que consistia em um pedestal de madeira conectado ao chip que seria desenvolvido por Lee e Alcorn. A Atari, que se tornaria uma gigante no mercado de consoles posteriormente, foi uma das diversas empresas que sofreu um processo da Magnavox, onde foi alegado que eles teriam copiado o jogo de tênis de mesa que Bushnell havia jogado na amostra do Odyssey. Na resolução do caso, a Atari acabou fazendo um acordo fora da corte judicial, no qual pagou direitos de licenciatura do Pong.
Magnavox Odyssey (Magnavox) – 1972
Lançado em agosto de 1972, o Magnavox Odyssey foi o primeiro console de videogame. Ralph Baer, Bill Harrison e Bill Rusch começaram a desenvolver vários protótipos e o 70º deles ficou conhecido como Brown Box, tendo o início do seu desenvolvimento em 1966 e foi finalizado em 1968. Após tentarem convencer diversas empresas a lançarem o videogame feito por eles, a Magnavox, que era uma subsidiária da Phillips, acabou gostando do que Baer e seus companheiros apresentaram e decidiram lançá-lo. Com algumas alterações no projeto e principalmente no nome, nasceu o Odyssey, o primeiro de todos os aparelhos de videogame. O sucesso de vendas foi grande, resultando na comercialização de 330 mil unidades, sendo 100 mil só nos primeiros 6 meses. Nas ideias inicias de Ralph com o Brown Box, o console teria a possiblidade de simular alguns tipos de cenários com a mudança de cores, contudo essa função foi retirada e o Odyssey era vendido com películas de acetato para serem grudadas na tela dos televisores, assim fazendo a marcação de acordo com o tipo de jogo. Um detalhe curioso é que o console era digital, já que as partes do dispositivo trocavam sinais eletrônicos binários, mas era confundido como se fosse analógico, pois as TVs só recebiam sinais de vídeo analógicos. Essas máquinas também eram conhecidas como flesters, que era denominação para consoles caseiros, tinha um tempo de vida muito curto e foram cerca de 9 atualizações lançadas para o Odyssey, algumas traziam jogos novos ou melhorias para chips mais potentes.
Coleco Telstar (Coleco) – 1976
Devido à grande popularização do Pong e do Odyssey, muitas empresas começaram a fazer cópias desses consoles. Não foi diferente com Coleco, o Telstar, lançado em 1976, foi uma dessas tentativas de surfar no sucesso feito por seus antecessores. Contudo, o videogame feito pela empresa norte-americana deu certo por dois motivos. O primeiro deles foi a inteligência do seu CEO Arnold Greenberg, que fez um pedido enorme do chip AY-3-8500, usado majoritariamente na produção dos consoles nessa época. A General Instruments era a responsável pela produção desse chip acabou sobrecarregada e como a Coleco se antecipou, recebeu todo o pedido enquanto as suas rivais só receberiam cerca de 20% da encomenda. A segunda parte do sucesso alcançado pelo Telstar vem do seu preço que era considerado barato em relação aos outros aparelhos. Para efeito de comparação, o Odyssey era vendido por cerca de 100 dólares, o dobro do preço praticado para o Telstar. Esses dois fatores fizeram o dispositivo da Coleco dominar o mercado por um período de tempo. Assim como o console da Magnavox, o Coleco Telstar sofreu diversas atualizações, ao todo foram 12, que traziam variações do Pong, variações de cor do videogame e alguns contavam com jogos de tiro utilizando uma pistola de luz.
Color TV-Game 6 (Nintendo) – 1977
Foi como o Color TV-Game 6 que a Nintendo, gigante japonesa no mercado mundial de games, começou sua grande jornada. O CTG 6 foi lançado em 1º de junho de 1977 somente para o mercado japonês, entretanto mesmo sendo comercializado apenas em solo oriental, foi o console que mais vendeu em toda primeira geração, com 3 milhões de vendas. O 6 no nome era correspondente as 6 variações de Pong que videogame continha. Como não seria diferente com console nipônico, ele também teve suas variações, foram 4 diferentes aparelhos para a série Color TV-Game. A primeira variação foi o CTG 15 que foi lançada uma semana depois do CTG 6, com 15 variantes do Pong e os controles presos por cabos em vez de serem fixos. A próxima versão teria um jogo de corrida. A terceira versão do console era baseada no jogo Breakout do Atari e teve seu design feito por Shigeru Miyamoto, que se tornaria o criador de diversas franquias famosas no mundo dos games, como Super Mario. A quarta e última versão da série foi um computador que era chamado de Computer TV-Game, era uma reedição do arcade da Nintendo Computer Othello. Um fato interessante sobre a produção do CTG é que a Mitsubishi foi responsável por seu desenvolvimento juntamente com a Nintendo.
Alguns consoles da primeira geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
Magnavox Odyssey (Magnavox) | 1972 |
Pong (Atari) | 1975 |
Philips Tele-Spiel (Philips) | 1975 |
Coleco Telstar (Coleco) | 1976 |
Telejogo (Philips/Ford) | 1977 |
Color TV-Game | 1977 |
Segunda Geração (1976-1992)
Devido ao sucesso da primeira geração de consoles era natural que a indústria de games se expandisse e melhorasse. E isso de fato ocorreu, a segunda geração teve por volta de 2 consoles lançados, mais de vezes do que a anterior. Muitas mudanças no hardware foram feitas, a lógica do jogo agora era feita em microprocessadores em vez de transistores, os famosos cartuchos foram introduzidos no mercado, já que os consoles eram programáveis. a Inteligência artificial foi implantada para controlar inimigos em modos single player, além de que os games passaram a ter mais de uma tela, abrindo um enorme leque de possibilidades para os desenvolvedores. Grande parte dos aparelhos tinham até 3 canais independentes de som e seus processadores não tinha mais somente 1 bit, eram de 4 a 8 bits. Um outro fator interessante dessa era de videogame foi o lançamento dos primeiros consoles portáteis, que se tornariam um sucesso com o passar das gerações, principalmente os feitos pela Nintendo. Por fim, os principais consoles dessa geração foram: Magnavox Odyssey², ColecoVision, Atari 2600, Fairchild Channel F, Intellivision e Game & Watch.
Fairchild Channel F (Fairchild Semiconductor) – 1976
A segunda geração estreou em 1976 com o lançamento do Fairchild Channel F, o primeiro console programável. E, com isso, possibilitou uma variedade maior de jogos. Além de Pong e hockey que estavam em sua memória, o Fairchild recebeu 26 jogos, todos esses em cartuchos, que seria a grande novidade dessa geração. Outra inovação importante que foi introduzida junto com esse videogame foram os microprocessadores. Na época, Robert Noyce (que anos depois fundaria a Intel) trabalhou no desenvolvimento do Fairchild F8, a primeira CPU de um console na história. Esse console teve uma rápida ascensão devido a sua capacidade de hardware superior aos consoles da geração anterior, porém esse sucesso acabou rápido, já que motivou as suas concorrentes a lançarem novos dispositivos adequando-os a esse tipo de tecnologia. Na tentativa de colocar o aparelho em evidência novamente, a Fairchild Semiconductor foi vendido a uma outra empresa e lançaria o Fairchild Channel F System II, que já estava sendo feito. Essa atualização trouxe algumas novidades, como: saídas de som para televisão, controles móveis e um novo design. Contudo, não teve nenhuma mudança significativa no hardware e a capacidade de jogos era a mesma do primeiro videogame. A produção do console foi descontinuada em 1983 e foram vendidas 250 mil unidades.
Magnavox Odyssey² (Magnavox/Philips) – 1978
Depois do grande sucesso na geração anterior, a Magnavox lançou, em 1978, o Magnavox Odyssey². A Philips acabou comprando os direitos da produtora de consoles, que foi vendida para ter capacidade de manter a competitividade. O Odyssey² foi lançado com um microprocessador da Intel e, como todo videogame da geração, suporte para cartuchos. Além disso, ele tinha várias denominações ao redor do mundo. Na Europa era conhecido como Philips Videopac G7000, no Brasil era chamado de Philips Odyssey², entre outros. Inclusive, o sucesso maior do aparelho se deu nesses dois locais. No velho continente o sucesso foi obtido, pois vinha com um teclado embutido no console. E aqui no país do futebol a pirataria e a tradução de jogos foi responsável por popularizá-lo. O sucesso não foi tão grande ao redor do mundo, já que o trabalho de marketing não foi grande como da Atari e da Mattel e o suporte para jogos não era muito amplo. Mesmo com esses fatores, o Odyssey² foi o terceiro console mais popular dessa geração. A produção foi descontinuada em 1984.
Atari 2600 (Atari) – 1977
O lançamento do Atari 2600 foi um marco para história dos consoles e tornou a Atari um ícone dos anos 80. A produção do 2600, conhecido primariamente como Atari VCS (Video Computer System), começou em 1975 após a Atari comprar uma empresa de engenharia com o intuito de fazer um videogame para nova geração. Stella, codinome dado ao projeto, seguia os padrões dessa era de consoles e tinha uma CPU. Nessa fase de desenvolvimento, a ideia era que o aparelho não tivesse suporte para cartuchos, mas a equipe que estava projetando-o viu uma máquina que fazia uso das populares fitas e acharam que seria economicamente viável. Em 1976, a Atari foi vendida para a Warner Communications por 28 milhões de dólares para que a produção fosse adiantada, já que o Fairchild Channel F tinha sido introduzido no mercado. O console da Fairchild foi concorrente direto do 2600 no começo da segunda geração, tanto que o nome VCS era parecido com VES (Video Entertainment System) que era o nome antes de ser Channel F. Depois que os desenvolvedores de jogos conseguiram extrair a capacidade máxima do aparelho, o console da Atari se tornou um grande sucesso. Pac-Man, Space invaders e vários outros clássicos alavancaram o console. O Atari 2600 ainda teria suas variações, o Atari 2800, que foi lançado com 4 entradas de controles e exclusivo do mercado japonês. E o 2600 Jr., conhecido assim informalmente, que era uma versão de baixo custo do console. A vida desse videogame foi uma das maiores em toda história, durando 14 anos e 2 meses e vendendo 30 milhões de unidades. A Atari ainda lançou o Atari 5200, que era para ser uma versão melhorada do 2600. Contudo, a falta de jogos originais e problemas no console não o fizeram tão popular quanto o seu antecessor.
Intellivision I (Mattel) – 1980
Com a grande expansão dos videogames, a Mattel resolveu se aventurar nesse mercado e lançou, em 1980, o Intellivision I. O desenvolvimento do console começou em 1977 e ele teria um teste lançado no mercado em 1979, sendo lançado no ano seguinte por 300 dólares. O videogame da Mattel foi inovador em alguns aspectos do seu hardware, mecânicas em jogos e com um periférico. O processador usado por ele foi o primeiro com 16 bits e com isso, o primeiro jogo com perspectiva 3D da história (Intellivision World Series Baseball) foi lançado. O aparelho contou também com o primeiro serviço de distribuição digital de jogos, o PlayCable. Essa funcionalidade consistia em um cabo coaxial que se conectava em um adaptador no console para que ele recebesse os jogos que seriam disponibilizados por operadores de TV. Outra coisa legal feita para o dispositivo foi o Intellivoice, que permitia que você gravasse sua voz e a utilizasse em jogos que davam suporte a essa tecnologia. Por fim, o console ainda foi o primeiro a usar a técnica de ladrilhos, que fazia o uso de quadrados, retângulos e hexágonos para compor a imagem. A vantagem dessa técnica era poder fazer grandes cenários com pouca memória. A Mattel vendeu os direitos de produção do Intellivision em 1984 para INTV Corporation, que produziria o console até 1990.
ColecoVision (Coleco) – 1982
A Coleco foi uma das empresas que fez mais sucesso na primeira geração de consoles, então, o lançamento de um novo aparelho para competir nesta geração era iminente. Lançado no ano de 1982, o ColecoVision era um videogame muito interessante, já que seu hardware tinha a capacidade de competir e oferecer uma experiência muito próxima dos arcades. Inclusive, no início da vida deste console, os primeiros jogos que estavam disponíveis eram versões de jogos que faziam um imenso sucesso nos arcades, como Donkey Kong. O hardware do dispositivo da Coleco ainda era muito próximo ao de um computador, fato que fazia o ColecoVision proporcionar excelentes gráficos em seus games. Alguns fatores contribuíram para que esse console fizesse sucesso, como: o fraco desempenho de vendas do Atari 5200, que era um videogame com capacidade inferior, e os periféricos que seriam lançados para a máquina. O primeiro deles foi o Expansion Module #1, que consistia em um adaptador para que cartuchos da Atari funcionassem normalmente no ColecoVision. O segundo, chamado de Expansion Module #2, era um volante para poder jogar jogos de corrida, como Turbo da Sega. O terceiro deles era o Expansion Module #3, que transformava o console no Adam, nome dado ao computador que o videogame virava. Devido ao Crash dos videogames de 1983, que será abordado com mais detalhes na próxima geração, a Coleco fechou sua divisão de consoles e o ColecoVision foi descontinuado em 1985.
Game & Watch (Nintendo) – 1980
O Game & Watch, lançado em 1980, foi um console extremamente importante na história por um motivo: ele é o primeiro videogame portátil que alcançou uma grande popularidade e um dos primeiros feitos. A Nintendo marcou presença na geração passada com o Color TV-Game, mas o que a colocou mesmo no mapa do mercado de consoles foi o Game & Watch. Foram lançados ao todo 10 séries do aparelho, sendo elas: Silver (1980), Gold (1981), Wide Screen (1981-1982), Multi Screen (1982-1989), New Wide Screen (1982-1991), TableTop (1983), Panorama (1983-1984), Super Color (1984), Micro Vs. System (1984) e Crystal Screen (1986). Além dessas versões, ainda teve uma versão que foi lançada por terceiros, licenciada pela Nintendo, que foi a Nintendo Mini Classics, em 1998. Esse console foi importante e impactou o mercado de videogames de várias formas. O design de múltiplas telas dele serviu de inspiração para os portáteis seguintes da Big N, como: GameBoy Advance SP, Nintendo DS e Nintendo 3DS. Uma coisa que foi introduzida nesse aparelho que perpetua até hoje nos controles é o direcional em forma de cruz. Isso foi tão importante que ganhou o Emmy de tecnologia e engenharia. E ainda foi o console responsável pela grande popularização dos videogames portáteis, mesmo sendo um console dedicado (que só rodava o jogo que vinha na sua memória). O sucesso do dispositivo pode ser comprovado pela grande quantidade de unidades vendidas, foram comercializadas 43.4 milhões ao todo.
Alguns consoles da segunda geração:
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
Fairchild Channel F (Fairchild) | 1976 |
Atari 2600 (Atari) | 1977 |
VC 4000 (Interton) | 1978 |
Magnavox Odyssey² (Magnavox/Phillips) | 1978 |
Game & Watch (Nintendo) | 1980 |
Intellivision (Matel) | 1980 |
Epoch Cassette Vision (Epoch) | 1981 |
Coleco Gemini (Coleco) | 1982 |
Atari 5200 (Atari) | 1982 |
ColecoVision (Coleco) | 1982 |
Vectrex (GCE) | 1982 |
Atari 2800 (Atari) | 1983 |
Dactar (Milmar) | 1984 |
Terceira geração (1983-2003)
A terceira geração de consoles, conhecida como a era dos 8 bits, pode ser considerada a salvadora do mercado de videogames, mas você sabe o motivo? Pois bem, como foi citado acima, a indústria norte-americana de jogos sofreu uma violenta recessão entre 1983 e 1985, o Crash de 1983. O grande número de jogos e consoles sem qualidade, uma série de decisões erradas tomadas pela Atari, que era líder no mercado, e a popularização dos computadores pessoais, contribuíram para que o setor de videogames sofresse esse pesado golpe. Contudo, uma empresa, que se tornou uma das principais fabricantes de console na última geração, resgatou a indústria com o lançamento do console que eternizou diversas franquias famosas no mundo dos jogos, entre elas está o Bigodudo mais famoso do mundo. Estamos falando da Nintendo e do Nintendo Entertainment System, o grande NES ou, carinhosamente, o Nintendinho aqui no Brasil. Foi nessa geração que começou a surgir a rivalidade com a Sega e seu ouriço azul. Além disso, essa leva de novos aparelhos contou com várias mudanças em relação à anterior, como: Uso massivo do D-pad (famoso direcional em fora de cruz), maior resolução nas imagens, até 5 canais de áudio independentes, maior detalhamento nos sprites (objetos bi ou tridimensionais que se movem na tela), maior diversidade nas cores na tela e a possibilidade de movimentação multidirecional grande. Por fim, os destaques dessa geração foram: NES, Master System, Atari 7800 e SG-1000.
Nintendo Entertainment System (Nintendo) – 1983
Após o sucesso do Game & Watch e dos seus jogos nos arcades, a Nintendo almejava lançar um console próprio. Na concepção inicial, o dispositivo teria um driver para disquete e um processador 16 bits, porém, essas especificações eram totalmente inviáveis para época. Então, a empresa decidiu remodelar o projeto e lançar um aparelho com processador 8 bits e suporte para cartuchos. A partir disso, em 15 de julho de 1983, nasce o grande NES. Na verdade, ele não tinha esse nome (ainda). Por causa do Crash dos videogames de 83, a Nintendo lançou o console só para o Japão e lá era chamada de Nintendo Family Computer ou, popularmente, Famicom. Mesmo sendo o sucesso absurdo que foi, o Nintendinho iniciou sua trajetória de uma maneira desagradável. Erros de programação ocasionaram em um recall de todas as unidades e paralisação momentânea da produção. Depois de passar por esse momento difícil, o console se tornou o mais vendido na terra do sol nascente no fim de 1984 quando foi recolocado no mercado. Com o sucesso, a Big N queria expandir as vendas e comercializar o Famicom aqui no ocidente. Contudo, havia um empecilho. Os vendedores nos Estados Unidos estavam céticos a respeito de qualquer videogame devido à crise de 1983. O Family Computer também tinha um design mais infantil, que parecia um brinquedo. Então, ano de 1985, a Nintendo refez o design para que fosse mais moderno e sério, e deu vida a versão ocidental do aparelho, o Nintendo Entertainment System. Foram vendidas 60 milhões de unidades do NES/Famicon, o que prova como o console foi bastante popular. A biblioteca de jogos foi um dos fatores determinantes para que o videogame alcançasse o sucesso. Super Mario Bros., Donkey Kong, The Legend of Zelda e muitos outros títulos que perpetuam até hoje ganharam vida no Nintendinho. Além desses jogos first party (jogos feitos pela própria empresa que fez o console), o NES foi o primeiro a dispor de um grande suporte de desenvolveres terceiros (third parties). Mega man, Final Fantasy, Castlevania e Contra são alguns dos exemplos de grandes franquias que o aparelho abrigou. A versão japonesa do console ainda ganhou uma modificação com o Famicom Disk System, que tinha a capacidade de rodar jogos em disquete e ser usado como computador. O Nintendo Entertaiment System foi o videogame com a maior vida entre os consoles já lançados, com 20 anos no total. Por fim, a Nintendo lançou em 2016 o NES Classic Edition, que é uma versão compacta que tem 30 jogos do console original embutidos na memória. Pode-se dizer que o NES está vivo até hoje!
SG-1000 (Sega) – 1983
O SG-1000 marca a entrada da Sega no mercado de consoles, sendo lançado no mesmo dia do Nintendo Entertaiment System. Esse videogame é precursor do Master System, já que sua estrutura foi aproveitada para o desenvolvimento do mesmo. A expectativa era que o aparelho vendesse cerca de 50 mil unidades, mas com o lançamento falho do Famicom, o SG-1000 acabou vendendo 160 mil aparelhos. A Sega era apenas uma subsidiária de um conglomerado americano e em 1984, seu CEO organizou a saída da empresa que foi adquirida por uma companhia japonesa. O console teve um update e o SG-1000 II, também conhecido como SG-1000 Mark II, foi lançado no mesmo ano em que a Sega mudou de dono. A segunda versão do videogame contava com joysticks retiráveis coisa que o seu antecessor não tinha. Com o relançamento do NES, a Nintendo acabou retomando o mercado e fazendo com que o SG-1000 fosse esquecido, já que a sua capacidade de hardware era inferior ao NES. Esse fato fez com a Sega corresse atrás do prejuízo e lançassem mais uma “atualização” do console. Esta será abordada a seguir.
Master System (Sega) – 1985
Lançado no Japão como Mark III, a Sega lançou o Master System, em 1985, e acabou dando início a futura grande rivalidade com a Nintendo, que seria marcada pelo duelo Sonic x Mario no final desta e na próxima geração. A Sega enfrentou um grande problema assim que lançou este console devido a concorrência direta com o NES da Nintendo que dominava amplamente o mercado na época, já que a empresa criadora do Mario tinha vários contratos de exclusividade com produtoras de games fazendo com que a Sega dependesse muito de suas produções próprias. A popularidade do videogame foi tão baixa no Japão e nos Estados Unidos, outro país no qual era dominado pela Nintendo, que a Sega vendeu os direitos de comercialização nos EUA para a empresa norte americana Tonka, porém, as vendas ainda se mantiveram extremamente baixas. Mesmo com o fracasso eminente nos dois principais mercados do mundo, a Sega não desistiu da ideia de lançar o Master System no mundo todo e a decisão foi acertada, o sucesso na Europa e Austrália foi muito grande! Como o console foi muito popular, vários desenvolvedores fizeram jogos para esse dispositivo e a Sega Europeia prestou suporte ao aparelho até 1996. Ainda seria produzida uma variação desse console chamada Master System II, que consistia em uma versão menos potente do videogame, mas que tinha o preço menor também. No final de sua vida, o console ainda ganhou um port do recém lançado Sonic: The Hedgehog que havia saído para o seu sucessor, o Mega Drive.
Atari 7800 (Atari) – 1986
Após o lançamento do Atari 5200 e seu insucesso devido a alguns problemas que o console apresentava, a empresa buscou uma tentativa de voltar a ser uma protagonista no mercado com o Atari 7800. Projetado para poder competir com seus recentes rivais, NES e Master System, o 7800 era equipado com um microprocessador dedicado que lhe garantia um desempenho melhor que ambos. Contudo, mesmo com esse poderio maior, esse aparelho esbarrou na mesma barreira que o videogame da SEGA: a exclusividade da Nintendo com as desenvolvedoras. As maiores e melhores fabricantes de jogos, incluindo a Activision que foi responsável por muitos games de sucesso do 2600, já estavam com o NES. O Atari 7800 chegou a ter uma tentativa de lançamento no Brasil por meio da Gradiente, mas o fracasso do seu antecessor pesou na decisão de não licenciar o novo produto, fato que fez com a empresa passasse a distribuir oficialmente os jogos de NES e produzisse o Phantom System, que era o clone do console da Nintendo.
Alguns consoles da terceira geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
NES/Famicom (Nintendo) | 1983 |
Casio PV-1000 (Casio) | 1983 |
Supergame VG 3000 (CCE) | 1985 |
Atari 7800 (Atari) | 1986 |
Action Max (Worlds of Wonder) | 1987 |
Master System/Mark III (Sega) | 1987 |
Dynavision (Dynacom) | 1989 |
Commodore 64GS (Commodore) | 1990 |
Amstrad GX4000 (Amstrad) | 1990 |
Quarta geração (1987-2004)
A era dos 16 bits teve vários consoles e jogos que marcaram, além do aumento na capacidade de hardware que ajudou a produzir aparelhos e games com qualidades bem superiores a terceira geração. Esse período dos consoles que marca o ápice da rivalidade entre Nintendo e Sega com Mario vs Sonic. Uma marca deixada também foi pelo aumento no número de portáteis e o imensurável sucesso do Game Boy. Além da continuação de grandes títulos que saíram na geração anterior, muitas franquias de peso nasceram nessa época, tais como: Pokémon, Sonic, Kirby e outras. Os principais avanços consistiram em: a introdução do 2.5D (Pseudo 3D), que passava a sensação tridimensional devido a grande quantidade de camadas presente, poderosos processadores 16-bit, maior número de cores na tela (64 até 256) e com variedade na paleta, controles continham de 3 a 8 botões, áudio estéreo em até 10 canais e, por fim, a introdução dos CD-ROM, algo que mudaria a indústria para sempre. Os destaques foram: Mega Drive, Super Nintendo Entertaiment System, Neo Geo e Game Boy. E, além dos destaque, ficam algumas menções honrosas: TurboGrafx-16, Philips CD-I, Game Gear,Atari Lynx e TurboExpress.
Mega Drive (Sega) – 1988
Após a estreia na geração passada e o impacto positivo, a Sega lançou o Mega Drive, ou Sega Genesis para o publico norte americano, que iria competir bravamente com o seu principal concorrente, o SNES. O lançamento do TurboGrafx-16 em 1987, que iniciou a geração, fez com que a empresa japonesa fizesse o Mega Drive para recuperar espaço no mercado. Um periférico interessante que este console tinha era o Super Base Converter, que possibilitava que jogos de Master System fossem jogados no Genesis. Outros dois periféricos legais lançados foram: Sega CD, que deixava o console compatível com CDs, mídia bem mais barata que o cartucho, e o Sega 32x, que foi solução mais barata para entrar na quinta geração de 32 bits, já que deixa o Genesis como um console da próxima era. A biblioteca também era um ponto forte aqui, já que o Mega Drive contava com mais de 900 jogos entre games da própria Sega e empresas terceiras. Ainda houveram dois serviços de rede para o videogame: um para jogar online e outro para entrega de conteúdo. Mesmo tendo vendas menores que seus concorrentes (SNES e TG-16) no Japão, o sucesso nas Américas e Europa acabou compensando, isso se deve ao marketing agressivo voltado ao público jovem e a popularidade da série Sonic the Hedgehog. Após o lançamento do Super NES, a disputa pelo mercado nos EUA e Europa foi tamanha que muitos usava o termo “Guerra de Console”. Por fim, o Mega Drive vendeu cerca de 34.25 milhões de unidades e com o jogo do ouriço azul sendo o mais vendido do aparelho, com 15 milhões de cópias.
Super Nintendo Entertaiment System (Nintendo) – 1990
A Nintendo chegou ao mercado da quarta geração de forma tardia, mas o impacto foi grande logo que chegou ao mercado, se tornando o mais vendido, mesmo com a competição intensa do Mega Drive. O estoque inicial de 300 mil unidades no japão foi vendido em horas. O Super Nintendo foi o segundo console programável da Nintendo e ele oferecia áudio e gráficos mais avançados do que seus concorrentes do seu período. Por conter uma estrutura que era capaz de acomodar os chips aprimorados, que estavam em desenvolvimento para os cartuchos na época, a Nintendo fez com que o SNES se mantivesse competitivo com os videogame de quinta geração. Como seu antecessor, o Super NES emplacou diversos sucessos, como: Super Mario World, Donkey Kong Country e Super Mario Kart, que venderam 20, 9 e 8 milhões de cópias. Esse console tinha um periférico chamado Super Game Boy, que permitia que os jogadores pudessem jogar games de Game Boy no SNES. Pela sua grande capacidade citada anteriormente, esse videogame abrigou o chip para cartuchos Super FX, que foi usado no jogo Star Fox, e que introduziu técnicas avançadas de 2D e 3D, sendo capaz de demonstrar todo o poder que a arquitetura do Super Nintendo continha ao renderizar detalhes adicionais com muita rapidez. O Super Nintendo Entertaiment System vendeu 49.1 milhões de unidades e foi o grande console de mesa da geração, tanto que seus jogos estão disponíveis até hoje em serviços online da Nintendo como o Nintendo Switch Online. Por fim, como seu antecessor, recentemente o SNES ganhou sua versão “Classic Edition”.
Neo Geo AES (SNK) – 1990
A SNK lançou, em 1990, o Neo Geo MVS (Multi Video System) que era o mais poderoso arcade da época, superando os da Capcom pelo armazenamento de cartuchos, baixo custo e tamanho compacto. No mesmo dia, a empresa lançou a versão Rental, que não era para ser um console caseiro e sim, comercial, até pelo seu custo alto. As demandas do público fizeram com que nascesse o AES (Advanced Entertaiment System), que seria um console de luxo para o mercado. O AES era totalmente compatível com o MVS, o que era um atrativo para os fans do arcade e que tinham seus jogos. O fato do aparelho e seus cartuchos serem bem caros fez com que as vendas fossem muito baixas, até que o console ganhasse status de “cult”. Como seus antecessores na lista, muitas séries de jogos famosas chegaram com esse console, como: Art of Fighting, Metal Slug, The King of Fighters. Vendendo cerca de 1 milhão de unidades, o sistema Neo Geo foi bem sucedido e em 1994, a SNK fez o Neo Geo CD, que era o mesmo console, porém, que não fazia uso de cartuchos e tinha o controle mais parecido com os de outros videogames. Em 2012, ainda houve uma tentativa de trazer uma versão do console, Neo Geo X, que emularia os jogos do original e traria nostalgia a seus compradores, mas a qualidade e emulação ruim foram determinantes para o seu fracasso.
Game Boy (Nintendo) – 1989
Depois do grande sucesso na segunda geração, a Nintendo voltou a fazer portáteis e lançou o famoso Game Boy em 1989. Esse pequeno console de 8-bits mesclava elementos do NES e do antecessor, o Game & Watch, em seu hardware. Mesmo tendo configurações técnicas inferiores em relação aos seus concorrentes, mas a grande autonomia de bateria e durabilidade fez com que o GB rapidamente superasse os adversários nas vendas. Em algumas semanas nos EUA, o portátil vendeu cerca de 1 milhão de unidades mostrando o rápido sucesso. No total, a família do Game Boy (contando suas versões até o Game Boy Color) combinou para estrondosos 118.69 milhões de vendas. O port de Tetris e o lançamento de uma das séries de jogos de mais sucesso da história, Pokémon, são um dos grandes responsáveis pela popularidade do pequeno console (venderam 30.26 e 23.64 milhões de cópias respectivamente). Dentre as versões citadas anteriormente, temos: Play It Loud!, Pocket, Light e Color. A primeira versão citada não é nada mais do que o mesmo Game Boy original, porém com cores variadas em sua carcaça. A variante Pocket era mais compacta, leve e usava 2 pilhas AAA em vez das 4 AA do original. O GB Light foi um versão exclusiva do japão e contava com uma luz de fundo que podia ser ativada em condições de pouca luminosidade e, além disso, usava duas pilhas AA que davam uma autonomia de 20 horas sem a luz de fundo e 12 com ela ligada. A última versão é o Game Boy Color que é considerado um console de quinta geração pelo seu processamento ser duas vezes mais potente e ter 3 vezes a capacidade de memória, além de ter uma tela com imagem colorida.
Alguns consoles da quarta geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
TurboGrafx-16 (NEC) | 1987 |
Mega Drive/Genesis (Sega) | 1988 |
Atari Lynx (Atari) | 1989 |
Game Boy (Nintendo) | 1989 |
Game Gear (Sega) | 1990 |
Neo-Geo (SNK) | 1990 |
Super Nintendo/Famicom (Nintendo) | 1990 |
CD-i (Philips/Sony) | 1991 |
Sega CD (Sega) | 1991 |
Neo-Geo CD (SNK) | 1994 |
Quinta Geração (1993-2005)
A quinta geração (era 3D) veio para mudar diversos conceitos na indústria dos games, tanto na parte de software e hardware. Os maiores avanços na parte de software foram: as capacidades dos gráficos 3D contando com polígonos tridimensionais e mapeamento de textura, gravação de áudio com qualidade superior graças aos CDs, maior profundidade na paleta de cores, adoção de técnicas de computação para animações pré renderizadas, filmagem em live action e utilização do full motion video (filmagem de video em movimento completo). Já na parte de hardware as principais mudanças foram: adoção do CD como mídia em vez dos cartuchos que tinha armazenamento inferior, aumento na resolução para as telas, uso amplo de controles analógicos e salto de processador para 64 bits, embora alguns consoles ainda usassem 32. Os upgrades geraram jogos inesquecíveis para o público, como: Super Mario 64, Crash Bandicoot, .Essa geração marcou a qeuda de algumas empresas e o ascensão de outras. A Sony passaria a dominar o mercado com o recém lançado PlayStation, a Nintendo continuou a marcar presença com grandes jogos e a Atari encerraria sua produção de consoles com o fracasso do Atari Jaguar. Os destaques dessa geração são: PlayStation, Nintendo 64, 3DO Interactive Multiplayer, Sega Saturn e Game Boy Color (já abordado anteriormente). Algumas menções desastrosas: Neo Geo Pocket, Atari Jaguar, Virtual Boy, Genesis Nomad e Apple Bandai Pippin.
3DO Interactive Multiplayer (3DO) – 1993
O 3DO foi um dos primeiros console da nova geração e carregava consigo um fato curioso: ele não era produzido pela sua idealizadora. Quando os engenheiros das 3DO Company chegaram ao final do projeto do hardware pela seu console, perceberam que eles não teriam recursos suficientes para que fabricassem o aparelho, então, eles começaram a procurar empresas para que adquirissem uma licença para fabricá-lo. Um contato com a Sony foi feito, já que era um das maiores companhias de eletrônicos do mundo, mas o PlayStation já estava sendo produzido. Então, a Panasonic comprou os direitos e lançou o FZ-1 REAL 3DO em outubro de 93. As empresas Sanyo e GoldStar (LG) também licenciariam e produziriam suas versões. Como um marketing pesado e mesmo com o preço elevado (US$ 699,99) no lançamento, o videogame foi bem recebido pelo mercado. Contudo, com o tempo, os problemas já começariam a aparecer. A falta de jogos quando o dispositivo saiu e o mal planejamento do estoque atrapalharam em um possível sucesso. Quando os consoles de Sega e Sony foram lançamentos, o 3DO não conseguiu competir e entrou em um forte declínio. Ainda houveram empresas que compraram os direitos de produção, mas nunca o exerceram de fato, sendo elas: Samsung, AT&T e Toshiba.
Sega Saturn (Sega) – 1994
Depois do sucesso do Mega Drive era esperado que a Sega continuasse forte no mercado para a quinta geração e, em 1994, nasceu o Sega Saturn. O aparelho, seguindo a tendência dessa era, vinha equipado com leitor de CD. O lançamento foi um sucesso no Japão, mas nem tudo iria dar certo para o Saturn. Mesmo contando com alguns ports de jogos de arcades e games próprios, o principal jogo que deveria ter saído para o console foi console, o game 3D do Sonic. O lançamento do Nintendo 64 fez com que o videogame da Sega nunca emplacasse nos Estados Unidos e o PlayStation vendeu mais que o dobro de unidades até o final de 96. Os problemas de distribuição também foram algum dos muitos fatores que levaram a Sega a perder mercado. No final de 1997, a Sony ocupava 47% da base de consoles, a Nintendo tinha 40% e a Sega, com um queda abrupta, tinha apenas 12%. Por fim, a produção foi descontinuada em 1998 sob o pretexto de que a Sega estaria concentrando seus esforços no desenvolvimento do seu console para a próxima geração, o Dreamcast.
PlayStation (Sony) – 1994
Essa história começa em 1988 quando a Nintendo e Sony se juntaram para uma parceria que faria um add-on (um periférico que adicionaria uma funcionalidade) na qual transformaria o SNES em um console que leria CDs, que seria chamado de SNES-CD, mas tinha o apelido de Nintendo PlayStation. Contudo, depois de uns problemas a respeito do preço de umas peças, a Sony saiu da parceria em 1992 com a intenção de fazer seu próprio para a próxima geração. No final de 1994, é lançado no Japão, em um mercado que não tinha um aparelho da Nintendo e tinha o recém nascido Saturn, o console da Sony e vendeu 100 mil unidades no dia do lançamento, mostrando o gigante sucesso que seria. Mesmo chegando meses depois nos EUA, o PS vendeu o dobro do videogame da Sega, muito também pelo preço US$100 menor. A Sony adotou um marketing mais agressivo no final de 1995, pois mesmo sendo o console da geração mais vendido nos Estados Unidos, ainda era menos vendido do que o Super Nintendo e o Genesis. A abertura da Sony para desenvolvimento de jogos por terceiros foi um fator que ajudou o console a ser muito popular e ter uma vasta biblioteca, já que os seus dois principais concorrentes estavam totalmente vidrados em desenvolvimento próprio. No começo da vida do aparelho, o controle tinha somente o direcional em formato de cruz e seus 4 botões, mas em 97 foi feito um controle com dois analógicos na parte de baixo e ganhou o nome de DualShock. Em 2000, uma versão menor redesenhada foi lançada com o nome de PS One, que era para ajudar a diferenciar do seu sucessor, o PlayStation 2. Por fim, o console vendeu 102 milhões de unidades, que levou o console ao quinto lugar dos mais vendidos da história, e foi muito mais que seus concorrentes.
Nintendo 64 (Nitendo) – 1996
Repetindo o mesmo “erro” da quarta geração, a Nintendo chegou para a era atual atrasada em relação aos seus adversários. O Nintendo 64, nome recebido pelo seu processador de 64 bits, foi apresentando em 1995 e tendo sua estréia no ano seguinte. Contrariando as tendências dos aparelhos novos, o N64 ainda iria fazer uso dos “ultrapassados” cartuchos e seria o último grande console de mesa a fazer isso (até 2017). O aparelho vinha com 3 jogos e o destaque era para o Super Mario 64, jogo é considerado um dos melhores da história e que foi uma quebra de paradigma já que combinava de forma excelente o uso do analógico em seu controle e da câmera em terceira pessoa. O videogame vendeu 300 mil unidades no primeiro dia e entregou cerca de mais 200 mil que já estariam reservadas, a Nintendo não queria repetir os problemas de estoque que teve na época do SNES. As políticas da Nintendo para produção de jogos e o uso dos caros cartuchos fez com que as desenvolvedoras não produzissem muitos jogos para o Nintendo 64, que tinha a biblioteca menor em relação aos outros consoles. Muitos periféricos foram lançados para o N64, como: Rumble Pak (adicionava vibração ao controle), Transfer Pak (conectava o console com os Game Boys), Controller Pak (era um cartão de memória para salvar seus jogos), Expansion Pak (adicionava mais memória RAM que era necessária para alguns jogos) e o 64DD (Disk Drive). O último era um periférico que tornava o aparelho capaz de se conectar a internet e ser multimídia já que lia disquetes, contudo, devido a muitos atrasos para o seu lançamento, acabou que o DD foi um fracasso. Vendendo 32.93 milhões de unidades entre suas variantes coloridas, o Nintendo 64 marca presença como um dos melhores consoles da história pelos seus jogos de alta qualidade, mas também marca o fim do amplo domínio da Nintendo.
Alguns consoles da quinta geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
3DO (Panasonic/Sanyo/GoldStar) | 1993 |
Amiga CD32 (Commodore) | 1993 |
Atari Jaguar (Atari) | 1993 |
PC-FX (NEC) | 1994 |
Sega Saturn (Sega) | 1994 |
PlayStation (Sony) | 1994 |
Virtual Boy (Nintendo) | 1995 |
Apple Pippin (Bandai/Apple) | 1995 |
Nintendo 64 (Nintendo) | 1996 |
Neo Geo Pocket (SNK) | 1998 |
Game Boy Color (Nintendo) | 1998 |
Sexta Geração (1998-2013)
Uma das marcas que a sexta geração deixou foi a queda da Sega e o começo da divisão do mercado entre Nintendo, Sony e a estreante Microsoft. Qualquer console que foi lançado por outra empresa nessa geração e nas próximas tinha um impacto insignificante em comparação as 3 grandes. Referida também como era dos 128 bits, essa nomenclatura cairia em desuso e essa seria a última a ser chamada assim. 1998 marca o início da geração com o Dreamcast, que foi a tentativa desesperada da Sega de retomar espaço após o fracasso do Saturn. A maior inovação dessa geração é era a compatibilidade total dos consoles com a internet, coisa que alguns da geração passada até tinham, mas agora era algo real. Uma outra evolução que seria muito importante veio com o Xbox que era equipado com um HD interno para armazenar os progressos dos jogos. Muitas produtoras de jogos se fundiram ou foram compradas por outra empresa maior, que foram os casos de Square Enix, Bandai Namco e Sega Sammy Holdings que nasceram da fusão de duas empresas e Rare e Hudson Soft que foram compradas por Microsoft e Konami, respectivamente. Na área dos portáteis, a Nintendo manteve sua liderança sob as demais e continuou a dominar amplamente o mercado com o Game Boy Advance. A Sega e o Dreamcast, que sofria com a falta de biblioteca e o receio do público pelos fracassos recentes (embora o lançamento tenha sido ótimo), tiveram seus finais trágicos com a empresa se limitando somente a desenvolvimento de jogos e a descontinuação prematura do console depois de 3 anos. Os destaques dessa geração vão para: Playstation 2, Xbox, GameCube e Game Boy Advance.
PlayStation 2 (Sony) – 2000
Um dos consoles com a produção mais duradoura de todos os tempos, o PlayStation 2 foi um sucesso gigante desde o seu lançamento até o final, se mantendo bastante popular até quando a nova geração saiu. Devido a grande base instalada de consoles que Sony tinha com o PS1, a tendência era que os donos do antigo console partiriam para o upgrade e comprariam o novo. Para tornar a mudança ainda mais interessante, o PS2 oferecia retrocompatibilidade com o controle DualShock e os jogos do seu antecessor. Com a biblioteca de jogos inicial sendo considerada bem fraca, isso mudaria em 2001 com o vários títulos aclamados chegando ao console e pela garantia de exclusividade temporária sob a série Grand Theft Auto e Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty. Sendo considerado o menos potente dos 3 videogame, o PlayStation 2 era o único com leitor de DVD de fábrica. Para manter sua imensa vantagem, a Sony igualou o preço do GameCube (US$199) e começou a fazer um marketing pesado em torno do seu adaptador de rede que era uma resposta ao Xbox Live. A Sony assegurou ainda a exclusividade dos serviços de suporte da Eletronics Arts (EA), que só chegaram em 2004 na caixa da microsoft. Em 2004, a variante mais popular do console seria lançada, pelo menos aqui no Brasil, que era versão slim. Mais compacta e com possibilidade de conexão direta a internet via porta Ethernet. O PlayStation 2 é o console mais vendido da história, com mais de 155 milhões de unidades distribuídas.
Xbox (Microsoft) – 2001
O Xbox marcou a entrada da Microsoft, que já era uma gigante da tecnologia computacional, na área dos consoles. Também seria o primeiro grande console lançado por uma empresa americana desde o Atari Jaguar. A caixa quebrou o recorde de vendas para um lançamento nos EUA, no qual vendeu 1.5 milhões de unidades até o final do ano de 2001 (a data da estréia foi 15 de novembro de 2001). Sendo o console mais potente graficamente da geração, o videogame, que tinha o tamanho e o peso de um computador comum, vinha equipado com um HD que era capaz de guardar seus progressos durante o jogo e de conteúdo programável. A Microsoft estreou seu serviço online para jogos em 2002, o famoso Xbox Live, que está presente até os dias atuais. Com o pagamento da assinatura, o usuário tinha direito a fazer download de conteúdo novo e, claro, jogar online. Diferente dos seus concorrentes, o Xbox já tinha a porta Ethernet nativa, então, não era necessário que usasse um adaptador. A rede multiplayer foi uma das razões do sucesso do aparelho que ajudou a popularizar esse estilo de jogar. O console vendeu 24 milhões de unidades, que é um número maior que do GameCube, porém, a não adesão do público asiático ao console fez com que as vendas fossem diminuídas, já que eles preferiam as empresas regionais.
Nintendo GameCube (Nintendo) – 2001
Lançado um dia antes que o Xbox, o Nintendo GameCube era o primeiro console da Nintendo a ter o CD como sua mídia nativa. Ele não tinha suporte total ao DVD e CD, já que usava um MiniDVD em vez de um comum, pois a ideia era focar nos jogos e não multimídia. Uma das funcionalidades mais legal do NGC era a conectividade com os Game Boys, era possível conectar o GB Advance via cabo e usá-lo como segunda tela em alguns jogos. Ainda havia um periférico (Game Boy Player) que era encaixado na parte inferior, assim, possibilitando jogar qualquer jogo de qualquer GB. O suporte a jogos online era pequeno e necessitava que o jogador tivesse um adaptador para tal. O GameCube foi o primeiro console desde o NES a não ter um jogo do Mario junto na data de lançamento. O console foi criticado na época por sua falta de funcionalidades e pelo design controverso. Todavia, o videogame era aclamado pela sua ampla biblioteca, jogos de alta qualidade e seu controle. O Nintendo GameCube teve uma ótima recepção e vendeu 21.75 milhões de unidades.
Game Boy Advance (Nintendo) – 2001
De longe o maior/melhor console portátil da geração e um dos melhores da história, o Game Boy Advance veio para suceder o Game Boy/Game Boy Color. Sendo retro compatível com seus anteriores, os jogadores podiam migrar para o novo aparelho e levar os seus jogos consigo. O modelo original original não dispunha de uma tela iluminada, então, a Nintendo lançaria o Game Boy Advance SP para sanar alguns problemas. A nova versão resgatou um design que remetia ao antigo Game & Watch multi-screen (que também seria usado no DS), porém só tinha uma tela. Além da tela mais iluminada, o SP tinha compatibilidade com uma bateria de lítio em vez de usar duas pilhas AA igual o GBA original. O Advance SP vendeu 43.57 milhões de unidades do total de 81.51 milhões. Uma detalhe que não foi esquecido nessa família de videogame foram as variações de cores que o aparelho tinha, assim como o Game Boy original. Uma terceira versão ainda sairia no ano de 2005, o Game Boy Micro. Essa versão, como o nome diz, é bem mais compacta que seus irmãos e é um pouco menor do que um controle do NES. A possibilidade de retirar a placa da frente do console e trocar por outras, assim customizando-o, foi uma das principais investidas do marketing da Nintendo no anúncio. Contudo, a falta de compatibilidade com os jogos do primeiro Game Boy fez com que o recém lançado Nintendo DS fosse bem mais vendido, já o mesmo era compatível com os jogos do GBA.
Alguns consoles da sexta geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
Dreamcast (Sega) | 1998 |
Neo Geo Pocket Color (SNK) | 1999 |
PlayStation 2 (Sony) | 2000 |
Game Boy Advance (Nintendo) | 2001 |
Xbox (Microsoft) | 2001 |
Nintendo GameCube (Nintendo) | 2001 |
N-Gage (Nokia) | 2003 |
Sétima Geração (2004-2015)
Agora a fabricação de consoles estava dividida somente entre as 3 grandes remanescentes: Sony, Microsoft e Nintendo. Qualquer outra companhia que tentou competir no ramo esbarrou na barreira posta pelas “donas do mercado”. Abandonou-se também a propaganda a respeito da quantidade de bits no processador, já que isso não era mais o mais importante para a melhoria de desempenho e dos jogos. A mudança dos gráficos foi positiva, mas não era totalmente inovador. Tirando o Wii, que usaria cartão de memoria, os outros dois viria equipados com HDs para armazenamento de conteúdo. Na parte de resolução e leitor de disco, o Xbox traria a capacidade de exibir em Full HD, o PS3 vinha equipado com leitor blu-ray e também resolução Full HD e o Wii, que era considerado um console com gráficos da geração passada, tinha um leitor com capacidade de ler jogos de GameCube e operava com 480p de resolução. O Xbox 360 foi o console que inaugurou a geração para os consoles domésticos, sendo lançado em 2005. O Nintendo DS foi o aparelho que deu o pontapé inicial no final de 2004. Os destaques dessa geração são: Nintendo DS, PSP, Xbox 360, PlayStation 3 e Nintendo Wii.
Nintendo DS (Nintendo) – 2004
O sucesso dos seus antecessores já havia sido grande, mas o Nintendo DS largou seus “irmãos” completamente para trás. Consolidado com folga no primeiro lugar de portáteis mais vendido, o DS e suas versões (DS Lite, DSi e DSi XL) combinam para 154.02 milhões de unidades vendidas, fato o qual deixa o console em segundo entre os mais comercializados da história. O NDS vinha equipado com duas telas LCD, recobrando o design do Game & -Watch multi screen e do GBA SP que abria e fechava, sendo que a tela inferior era touch-screen e vinha com um caneta Stylus que poderia ser usada para tocar a tela do aparelho em vez dos dedos. O DS apresentava uma conectividade sem fio e podia interagir com outros aparelhos uma vez que todos estivessem próximos e usando o Wi-Fi. A compatível total com os títulos de Game Boy Advance era interessante para aqueles que desejavam migrar para o novo portátil. A versão DS Lite, que foi lançado em 2006, tinha um design otimizado (menor e mais leve) e mais elegante, caneta maior, telas com brilho maior e bateria com maior autonomia. O DSi foi colocado à venda em 2008 e contava com duas câmeras digitais, armazenamento interno e externo, uma loja online própria para aquisição de conteúdo, tela maior em comparação ao Lite e era mais fino, porém, o console perdeu o slot de GBA e não tinha mais compatibilidade com os jogos do seu antecessor. Por fim, a última versão do DS a ser lançada foi o DSi XL em 2009, que consistia em uma versão com telas mais amplas. A competição da Sony com o PSP não afetou o sucesso do Nintendo DS e Nintendo ainda reina absoluta no mercado de portáteis.
PlayStation Portable (Sony) – 2004
Anunciado pela primeira vez na E3 de 2003, o PSP ganhou vida no final do ano de 2004. As expectativas eram altas, já que o console seria o mais potente da categoria e por parecer que conseguiria ser um competidor real frente ao Nintendo DS. O PlayStation Portable é o primeiro console a usar um leitor óptico de discos e, claramente, os próprios discos como mídia. O portátil da Sony foi muito bem recebido pela crítica e seus gráficos avançados o fizeram bastante popular. O aparelho tinha conectividade com o PS2, PS3, internet, outros PSPs e computadores com Windows e Macintosh. Assim como o DS, o PSP teve algumas variações lançadas. O PSP-2000 foi a primeira delas, a nova versão era um pouco mais leve e menor, tinha o dobro de memória interna e RAM (64MB), carregamento de jogos mais rápido, tela com maior brilho, carregador via USB e mudança na resposta dos botões e no D-Pad. A versão 3000 tinha uma tela melhor em vários aspectos, mais níveis de brilho, tempo de resposta mais rápido, mais cores e uma proteção anti reflexo. O modelo N1000, conhecido como PSP Go saiu em 2009, era 43% mais leve e 56% menor que o original pelo seu formato de escorregar para abrir. Além disso, ele não tinha a entrada para ler discos e vinha com 16GB de armazenamento interno. A última variante foi o PSP Street, que foi lançado somente em algumas localidades e tinha um custo menor devido a remoção de algumas funcionalidade. O PlayStation Portable foi descontinuado em 2014 e foi vendeu 82 milhões de unidades.
Xbox 360 (Microsoft) – 2005
A chegada na geração passada foi bem recebida, então, a Microsoft também marcaria uma forte presença na nova. O Xbox 360 foi o primeiro console de mesa da sétima geração e foi muito bem recebido. No começo, alguns aparelhos vinham com um problema de fábrica conhecido como “a luz vermelha da morte”, pois consistia em uma luz que aparecia no botão de ligar que expressava que o hardware tinha algum problema. Isso fez com a Microsoft fornecesse uma garantia maior ao videogame e trocava/consertava sem custo. Passado esse susto, o 360 foi muito bem vendido, sendo o sexto mais comercializado da história, com 84 milhões de vendas. O serviço online do console, o Xbox Live, foi um dos grandes responsáveis pela popularidade, além da capacidade multimídia do aparelho. Era possível navegar na internet, ver filmes, ouvir músicas e acessar serviços de streaming. Como a maior dos consoles recentes, o Xnox 360 teve vários redesigns e o lançado em 2010 seria a versão mais famosa do console. o Xbox 360 S. A capacidade de armazenamento interno variava entre 4GB e 250GB de acordo com a versão escolhida. O Kinect, sensor de movimento que se tornou muito popular, foi lançado em 2010 e era uma das “marcas” do videogame. O controle, que no lançamento tinha versão com cabo e wireless, é considerado um dos melhores da história pela sua ótima ergonomia. O Xbox 360 foi descontinuado em 2016, mas a Microsoft continua à prestar suporte ao console.
PlayStation 3 (Sony) – 2006
As expectativas sob a Sony era extremamente altas devido o imensurável sucesso do PS2. Contudo, o PlayStation 3 não teve um começo muito empolgante. O alto preço, a arquitetura complexa do processador e a falta de jogos de qualidade fizeram com os seus concorrentes largassem na frente. Isso começou a mudar quando a versão Slim do console chegou em 2009. Mesmo perdendo a capacidade de ler discos de PS2, a variante menor e mais compacta tinha a logo redesenhada e remetia ao seu antecessor. O aparelho ainda ganharia outra versão que seria a Super Slim, na qual o videogame se tornaria ainda menor. O armazenamento variava de acordo com o modelo e tinha as opções de: 12GB (só no Super Slim), 20GB, 40GB, 60GB, 80GB, 120GB, 160GB, 250GB, 320GB e 500GB. O console foi o primeiro a usar um leitor de Blu-ray como padrão e era visto com um enorme potencial por isso. O lançamento de vários jogos exclusivos de qualidade também é algo que foi fundamental para a ascensão do videogame no mercado. A conectividade com o PSP e, futuramente, com o PS Vita, era algo visto positivamente, já que era possível baixar jogos do PlayStation 1 e transferi-lo entre o portátil e o PS3. Além disso, havia a possibilidade de usar o PSP como receptor para jogar remotamente. Como uma longevidade de mais de 10 anos, o PlayStation 3 vendeu cerca de 87.4 milhões de unidades.
Nintendo Wii (Nintendo) – 2006
Já estabelecida no mercado há muitos anos, era certo que a Nintendo acompanharia Sony e MIcrosoft e lançaria seu próprio console para a sétima geração. Depois do sucesso moderado do GameCube (que foi o que menos vendeu na disputa das 3 empresas), a Nintendo apresentaria o Nintendo Wii ao mundo em 2006. Acompanhado do seu controle, Wii Remote, que detectava movimentos em 3 dimensões, o Wii manteve o leitor de disco que estreiou em seus consoles na última geração e era totalmente compatível com jogos do Cube. O aparelho tinha conexão com a internet como seus rivais e também abrigava o Virtual Console. O VC consistia em uma linha de jogos que foram lançados para videogames anteriores da Nintendo e funcionavam através de emuladores. A conectividade com o DS era algo atrativo também, já que eles se conectava somente pela rede sem fio, sem haver a necessidade algo mais. Como sempre, a Nintendo trouxe grandes jogos de produção própria que fizeram grande sucesso. Mario Kart Wii foi, entre jogos que não vinha junto com o console, absurdamente mais vendido entre as plataformas com mais de 37 milhões de cópias contra 17 e 15 milhões de GTA no PS3 e Xbox 360, respectivamente. Como os demais, o Wii também teve suas variantes, sendo: RVL-101, que era uma versão de custo menor, pois não tinha nenhuma funcionalidade do Nintendo GameCube e não tinha o apoio para deixar o console na vertical, e o modelo RVL-201, conhecido como Wii Mini, esse aparelho teve a compatível com o NGC retirada (igual ao RVL-101) e, além disso, perdeu também a conexão com Wi-Fi e suporte a cartão de memória. Por fim, o Nintendo Wii vendeu 101.63 milhões de unidades e foi o console doméstico mais vendido da geração.
Alguns consoles da sétima geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
Nintendo DS (Nintendo) | 2004 |
PlayStation Portable (Sony) | 2004 |
Gizmondo (Tiger Telematics) | 2005 |
Xbox 360 (Microsoft) | 2005 |
PlayStation 3 (Sony) | 2006 |
Wii (Nintendo) | 2006 |
N-Gage 2.0 (Nokia) | 2008 |
Zeebo (Tectoy/Qualcomm) | 2009 |
Oitava geração (2011-presente)
Esse período é iniciado em 2011 com a apresentação do 3DS e do PS Vita. Já para os consoles domésticos, a geração começa em 2012 com o lançamento do Wii U. Há uma discussão para definir se o Nintendo Switch é dessa ou da nona geração, já que ele tem a estrutura totalmente diferente dos consoles dessa era, porém, a capacidade do seu hardware ainda é inferior ao Xbox One e PS4. Falando em hardware, dos aparelhos anteriores para esses não houve uma mudança extremamente relevante. Claro que os gráficos, a potência e o armazenamento foram melhorados, mas os consoles foram feitos com designs e recursos parecidos com seus antecessores. A Sony e a Microsoft só chegaram um ano depois da Nintendo no mercado, já que consideravam que seus periféricos que usam sensor de movimento (Kinect e PlayStation Move) alongaram a vida dos aparelhos. Mesmo sendo muito popular na geração passada, as tecnologias via sensor de movimento foram abandonadas pelas empresas. A saída da Sony do mercado de consoles, devido ao fracasso do PlayStation Vita, é algo notável depois do grande sucesso do PSP. Até hoje, não houve nenhum indício das empresas que irão descontinuar seus consoles mais recentes em um curto período e a ideia passada é que a transição para a nona geração será suave. Os destaques (e únicos relevantes) dessa geração são: Nintendo 3DS, PlayStation Vita, Nintendo Wii U, PlayStation 4 e Xbox One.
Nintendo 3DS (Nintendo) – 2011
Em 2010, a Big N anunciou que no ano seguinte chegaria o substituto para o DS, o Nintendo 3DS. Além da retrocompatibilidade com NDS portátil trazia muitas funcionalidades como: StreetPass, SpotPass, realidade aumentada por meio das câmeras 3D, virtual console, navegador para internet, plataformas de streaming e vídeo, SwapNote (app de mensagem) e, sem dúvida a mais destacada, imagens 3D sem uso de óculos. O StreetPass era algo que conectada dois 3DS se eles estivessem dentro de uma mesma área. Mesmo com uma pré-venda muito forte e todas esses recursos, as vendas pós lançamento do N3DS não alcançaram o que a Nintendo esperava. Contudo, uma redução no preço de US$249 para US$169 fez com que as vendas alavancassem. Como era comum aos portáteis da Nintendo, o 3DS recebeu várias versões, sendo elas cronologicamente: 3DS XL (com tela maior e maior duração na bateria), 2DS (sem o 3D e não era “abre e fecha”), New 3DS (adição de um pequeno analógico e hardware mais potente), New 3DS XL (versão com as telas maiores do New) e, por fim, New 2DS XL (modelo sem 3D do New XL). Os únicos dois que ainda são produzidos pela Nintendo são os modelos 2D. Com todos somados, a família do 3DS havia vendido 72.53 no final do ano passado.
PlayStation Vita (Sony) – 2011
Após a recepção positiva na geração passada, a Sony voltaria a tentar competir com a Nintendo no mercado de portáteis com o PlayStation Vita. O novo aparelho contava com uma tela capacitiva OLED touch screen, Wi-Fi, Bluetooth, 3G, dois analógicos e compatibilidade com a maioria dos jogos de PSP e do PS1. Contudo, o Vita não tinha o leitor de CD para os jogos do PSP, então, os jogos estavam disponíveis na loja digital do console. No seu lançamento, os números do PS Vita foram muito bons, porém, nas semanas seguintes, as vendas começaram a cair gradativamente. A Sony tinha como meta vender 16 milhões de unidades junto com o PSP no ano de 2012, mas essa projeção foi revista duas vezes parando em 10 milhões. A série de jogos Monster Hunter, que foi um dos fatores que ajudou no sucesso do PSP, teria seus novos jogos lançados exclusivamente para o seu rival 3DS, fato que fez com que as vendas diminuíssem ainda mais. Uma revisão do console foi lançada em 2013, conhecida como PS Vita Slim, essa versão era menor e mais leve, além de ter uma bateria mais duradoura, mas tinha uma tela LCD que tinha qualidade menor comparada com a anterior. Com o passar do tempo, a biblioteca do Vita foi se tornando pouca variada e muito depende de jogos indie. O PlayStation Vita vendeu cerca de 15/16 milhões de unidades até sua descontinuação em 2019. A Sony não deu indícios que voltará ao mercado de portáteis.
Wii U (Nintendo) – 2012
Sendo primeiro console de mesa da geração, o Wii U chegou em 2012 para substituir o Wii. Tarefa que não seria nada fácil, já que o Wii é um dos videogames mais bem sucedidos da história. O aparelho, que o primeiro da empresa a suportar gráficos HD, era totalmente compatível com o seu antecessor, contemplando todos seus jogos e acessórios. A mudança drástica entre os controles foi algo curioso. Anteriormente, o Wii Remote, baseado em sensor de movimento, tinha sido bem recebido, porém, a Nintendo resolveu mudar tudo com o Wii U Game Pad. O Game Pad tinha todos os botões convencionais já conhecidos em controle, a novidade ficava por conta da tela touch screen de 6.2 polegadas posicionada em seu centro. Podem ser usada como tela auxiliar ou como a tela principal (caso a TV estivesse desligada). A Nintendo também fornecia uma opção de controle mais convencional com o Wii U Pro Controller. A recepção da crítica foi positiva por considerarem o Game Pad inovador, compatibilidade com o Wii, acessibilidade e melhora nos serviços online apresentados previamente. Contudo, também houveram críticas a respeito da pouca autonomia da bateria do controle. O console enfrentou uma adesão pequena por parte dos consumidores, já que tinha os seguintes problemas: lineup limitado de jogos no lançamento, pouco suporte de empresas terceiras e marketing fraco. Essas questões levaram o Wii U ao fracasso. O número de vendas, de 13.56 milhões, ilustra como o videogame não foi tão bem aceito como o Wii, que vende mais de 100 milhões. Sua produção foi encerrada somente 5 anos depois da chegada ao mercado, com a Nintendo focando seus esforços no “Projeto NX”.
PlayStation 4 (Sony) – 2013
Depois de perder o protagonismo na última geração, a Sony estava disposta a retornar a liderança como na época do PS2. O PlayStation 4 abandonou a arquitetura complexa que tinha adotado com o PS3 para usar um processador da AMD. A ideia de integração entre dispositivos da empresa e socialização por meio de rede fizeram parte da campanha de marketing para angariar compradores. O controle também teve seus botões e analógicos melhorados, além de ter um touch pad no centro do controle. O aparelho foi bem recebido e elogiado por “ser o que os consumidores precisavam”. A política mais leve sob os direitos digitais da máquina e o acolhimento aos desenvolvedores independentes foram fatores que ajudaram no crescimento do console. A capacidade superior aos seus concorrentes era algo louvável e o PS4 tinha o desempenho significantemente melhor que o do Xbox One, segundo os estúdios de jogos. A falta de retrocompatibilidade era algo que foi criticado, somente algunas jogos de PS3 estavam disponíveis através do PlayStation Now e alguns de PS2 via emulador. Como de praxe, a Sony lançou mais duas versões do PlayStation 4: o PS4 Slim e o PS4 Pro. A primeira é uma versão de tamanho 40% menor e com alguns pequenos aprimoramentos. O Pro é um modelo com o hardware mais potente com capacidade de renderizar imagens em 4K, embora não fosse 4K native, já era um avanço relevante. O PlayStation 4 é o quarto console mais vendido de todos os tempos até o momento com 108.9 milhões de unidades, superando as marcas do PS1 e PS3.
Xbox One (Microsoft) – 2013
A chegada da Microsoft foi boa há duas gerações e com o Xbox 360, na última geração, a empresa se consolidou no mercado com seu grande sucesso. O Xbox One veio para tentar ganhar mais ainda o mercado como um aparelho “tudo em um”. A promessa era que o One seria mais do que apenas um videogame, funcionava com um central multimídia de entretenimento. Como o PS4, o Xbox migrou para a arquitetura da AMD, abandonando a composição similar a de um PC do 360. O console foi elogiado pela sua construção e design, funcionalidades multimídia, navegação por voz e pelo controle refinado. Seu desempenho gráfico pior que do principal concorrente e interface não intuitiva foram fatores que sofreram algumas críticas, além de fazerem com que as vendas não decolassem. Fugindo disso, a Microsoft proveu ótimos serviços online para seus clientes, como: EA Access (que foi exclusivo do Xone por bastante tempo), Xbox Game Pass (a netflix dos jogos), armazenamento em nuvem e as expansões do Xbox Live Gold e do Games with Gold (que passou a dar 4 jogos por mês). Como o rival, o Xbox também sua versão Slim, o Xbox One S, e a versão mais potente, o Xbox One X. Como já se sabe, o One S é um modelo menor e compacto. O “Project Scorpio”, que se tornaria o modelo X depois, é um modelo mais potente capaz de rodar os jogos em 4K de verdade e é mais poderoso que o PS4 Pro. Ainda teve uma versão do S, lançada em 2019, que é o All Digital, modelo que não tem o leitor de discos Blu-ray presente nos outros. As vendas são “modestas” e o console vendeu até o momento 46.9 milhões de unidades aproximadamente.
Nintendo Switch (Nintendo) – 2017
Há uma discussão para determinar a qual geração de consoles o Switch pertence, mas nada é muito conclusivo de fato. Então, a lista do Wikipedia será usada com parâmetro. Devido ao fracasso do Wii U a Nintendo já buscaria sua recuperação 5 anos depois com o lançamento do Nintendo Switch. O console híbrido prometia ser algo revolucionário quando foi anunciado. O Projeto NX, como era conhecido antes de ter seu nome oficial, era um aparelho que funcionaria como um console de mesa comum, mas que teria a habilidade se tornar um portátil, caso seu dono quisesse. O Nintendo Switch é colocado na sua dock station para que possa ser jogado na TV e tem os Joy-Cons retirados da lateral do console para serem postos em uma base, fazendo com que vire um controle normal. Também há possibilidade de usar cada Joy-Con como controle independente para jogar games multiplayer. As estimativas de venda da Nintendo eram de 2 milhões de unidades no primeiro mês, mas o aparelho vendeu mais de 3 milhões. No final do ano, o Switch já havia passado total de unidades que o Wii U vendeu. Outra projeção que foi superado foi de jogos disponíveis. A Nintendo estava contar com 100 jogos ao final de 2017 e o console tinha uma biblioteca de mais de 320 jogos. Uma versão foi lançada no final de 2019, o Switch Lite. O modelo Lite é inteiramente portátil que não pode ter os Joy-Cons separados. Um fato interessante do Switch é o primeiro grande console de mesa a fazer uso de cartucho desde o Nintendo 64. No total, o Nintendo Switch vendeu mais de 52 milhões de unidades, marca que é maior que do Xbox One mesmo sendo 4 anos mais novo.
Consoles dessa geração…
Consoles (Fabricante) | Lançamento |
Nintendo 3DS (Nintendo) | 2011 |
PlayStation Vita (Sony) | 2011 |
Nintendo Wii U (Nintendo) | 2012 |
PlayStation 4 (Sony) | 2013 |
Xbox One (Microsoft) | 2013 |
Nintendo Switch (Nintendo) | 2017 |
Nona Geração (2020-??)
Não é segredo para ninguém que a nona geração de consoles sairá no final do ano, já que Sony e Microsoft anunciaram que seus videogames para o final deste ano. Esses aparelhos prometem ter carregamento muito mais rápido, devido a adição do SSD como forma de armazenamento, que é algo sendo bem enfatizado pelas duas companhias. Também com placas de vídeo bem poderosas, a expectativa é que os gráficos sejam cada vez mais impressionantes. Recentemente, as especificações técnicas de ambos foram ditas e o Xbox Series X vai ter uma vantagem com relação a potência, porém, o PlayStation 5 terá uma velocidade de leitura no SSD bem superior. A Sony fez comentários a respeito da melhora que deseja trazer em seu controle, com mais funcionalidade para garantir maior imersão enquanto estiver jogando. Pelo lado da Nintendo, não há nenhuma informação oficial sobre novos consoles que estão para vir, apenas rumores que um upgrade mais potente do Switch poderia estar a caminho. Basta esperar e ver como será o desenrolar dessa geração que está prestes a começar.